segunda-feira, 24 de março de 2008

Reciclando no supermercado

Da Revista Plurale:

Você costuma ir ao supermercado? Não tem jeito. Quem não precisa cumprir esta missão da vida doméstica? Então, preste bem atenção como há centenas de embalagens que mal você chega em casa e já vai descartando. Por exemplo: a caixa da pasta de dente, a embalagem de papel, papelão e plástico que costuma empacotar mais de um item em promoção (os chamados packs), a caixa do cereal matinal, etc.
Se a sua rua, ou bairro, não tem coleta de lixo seletivo (como é o nosso caso, aqui na Ilha do Governador, Rio de Janeiro), as embalagens se misturam ao lixo molhado, orgânico e não tem jeito. Não há como reciclar.
A partir desta constatação, o Grupo Pão de Açúcar, sempre inovador em matéria de conscientização ambiental, resolveu lançar projeto pioneiro, Caixa Verde, para chamar a atenção dos consumidores. No lugar de descartar em casa, as caixas podem ser deixadas ali mesmo, no supermercado.
“Temos uma preocupação socioambiental muito grande. E percebemos que poderíamos, com esta nova ação, mobilizar ainda mais os consumidores e depois até mesmo os fabricantes”, explica Beatriz Queiroz, gerente de sustentabilidade no consumo do Grupo Pão de Açúcar.
O Caixa Verde foi lançado em São Paulo. O resultado dessa experiência demonstrou a aplicabilidade da ação e o sucesso da iniciativa que em seus primeiros trinta dias recebeu 1.300 embalagens, cerca de 50 quilos de material reciclável, com papel e plástico em sua maioria.
Agora, chegou ao Rio de Janeiro, onde as caixas para depósito estarão instaladas em seis lojas da rede: Barra da Tijuca (Av. das Américas, 2000), Tijuca (Rua Dr. Satamini, 164), Jardim Botânico (Rua Jardim Botânico, 680), Flamengo (Marques de Abrantes, 165) e em duas unidades de Copacabana (Rua Pompeu Loureiro, 15 e Rua Nossa Senhora de Copacabana, 493).
O material arrecadado no Rio será encaminhado à Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana ), que redistribui o material entre às 30 cooperativas cadastradas. Com isso, além do foco ambiental, o Caixa Verde promove a geração de emprego e renda e expandindo a capilaridade da ação também para o âmbito social. O objetivo da empresa é que até o fim de 2008, a ação seja estendida para mais 100 lojas do grupo no país.
“Estamos sempre nos antecipando às inovações e lançando novidades, procurando atender os consumidores da melhor forma. Antes já tínhamos as estações de reciclagem, recolhendo material que eles trazem de casa. Fomos pioneiros, lançando este projeto em 2001. E também temos sacolas retornáveis, que viraram moda. São diferentes modelos”, explicou Walter Zaim, diretor de operações da rede no Rio de Janeiro. Cada sacola custa R$ 3,99 e é feita de material reciclado, como ráfia, disponíveis em quatro modelos, em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica.
Ainda é cedo para ter dados que possam ser considerados uma boa amostra, mas o Pão de Açúcar quer perceber a reação dos consumidores e poder repassar estes dados para os fabricantes. Beatriz Queiroz e Walter Zaim lembram que a mudança pela qual passou o segmento de embalagens no Brasil (e no mundo) mostra sempre evolução. É claro que muitas embalagens são necessárias, reiteram os dois , por informações importantes ou para que os produtos permaneçam em bom estado e invioláveis.
Mas recomendamos, em sua próxima compra, que nem tudo segue esta verdade absoluta. Assim, se ficar provado que em alguns casos estas embalagens não desncessárias, é possível que os fabricantes passem a pensar em novas propostas no futuro. Plurale em site faz um desafio aos mais “experientes”, que certamente se recordam: um dia, já tomamos leite que chegavam em latas para quem morou no interior, carregado por carroças, ou em vidros e sacos de plástico que estouravam antes de chegar em casa. E pensar que alguém chegou a afirmar que o tetra pak, em papel reforçado, daria gosto diferente no leite. O tempo é senhor da razão. E, em se tratando de conscientização ambiental, nada melhor do que o tempo para mostrar que cada um tem um papel urgente e relevante para salvar este planeta.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Protesto reúne 150 pessoas em BH

Protesto reúne 150 pessoas em BH
Manifestantes distribuíram folhetos com fotos dos vereadores que votaram à favor da construção da rodoviária no Calafate
MARINA SCHETTINI


"Você pagou com traição a quem sempre te deu a mão". O samba de Beth Carvalho embalou uma manifestação realizada ontem na praça dos Esportes, no Coração Eucarístico, região Noroeste da cidade. A população local é contra a transferência da rodoviária de Belo Horizonte do hipercentro para o bairro Calafate, na região Oeste. Foram mais de duas horas de movimentação popular, com carro de som, cartazes e discursos inflamados de moradores e representantes de associações de bairros da região. O alvo principal da manifestação - os vereadores favoráveis à mudança e o prefeito Fernando Pimentel (PT) - tinham seus rostos estampados em panfletos com o título "traidores de BH".
A dona de casa Maria José Cruz Tente, de 53 anos, mora no bairro João Pinheiro, Noroeste da cidade, e participou da manifestação. "Não quero essa rodoviária aqui. Traz muita confusão e o trânsito fica ruim", disse. "Eles (vereadores que votaram a favor da transferência) estão querendo o que o povo não quer. É claro que não vou votar neles. E, se o povo não quer, o prefeito não deveria fazer", acrescentou a dona de casa.
O trânsito é a maior preocupação do servidor público federal, Manuel Pereira, de 43 anos, que mora no bairro Minas Brasil, região Noroeste. Para ele, a construção de uma nova rodoviária vai apenas transferir o problema de lugar. "Isso vai ser um caos. O nosso trânsito aqui já é estrangulado. Temos a PUC, aqui é saída para Contagem. Se lá no hipercentro está ruim, eles só vão transferir o problema para cá", afirmou Pereira.
Durante o encontro, os organizadores do evento circularam um abaixo assinado. A dona de casa Cristina Leite, de 50 anos, tentou - mas não conseguiu - assinar duas vezes o documento, para garantir que seria ouvida. "O nosso trânsito não comporta mais carros e esse é só um dos problemas. No dia que tem vestibular da PUC aqui você não consegue chegar em casa", argumentou a dona de casa.

Representação
"Estamos aqui com o propósito de representar o povo, que não quer a rodoviária, e pedir aos sete vereadores que votaram contra no primeiro turno (o Projeto de Lei nº 1.508/07), que continuem com essa postura e os outros que mudem. O prefeito tem que fazer o que o povo quer. Nós vamos divulgar os nomes de quem trair o povo", afirmou o presidente da associação SOS Bairros, Guilherme Nunes.
"Queremos é mostrar o rosto daqueles que não votaram com a população", acrescentou o presidente da Associação Vila Calafate e Amizade, Elton Moura. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 150 pessoas participaram do encontro. Apenas três dos 41 vereadores estiveram presentes: Hugo Thomé (PMN), Antônio Pinheiro (PSDB) e Anselmo Domingos (PTC).

Terminais menores são apontados como solução
Como protestar somente não traz soluções, os manifestantes contrários à transferência da rodoviária de Belo Horizonte do hipercentro para o bairro Calafate, na região Oeste da cidade, discutiram ontem soluções para o impasse. A primeira e mais bem aceita alternativa entre os presentes é a criação de terminais rodoviários menores em pelo menos dois pontos da cidade para atender as pessoas que vêm ou vão para diferentes regiões do Estado e do país.
“O ideal seria que tivéssemos três terminais pela cidade para atender a população que vem das diversas partes do Brasil. Uma no bairro São Gabriel, uma perto do BH Shopping e outra em uma terceira região da cidade, que ainda precisaria ser estudada”, sugeriu o vereador Antônio Pinheiro (PSDB), um dos três parlamentares presentes ontem à manifestação.
“A construção de diversas rodoviárias no entorno do Anel Rodoviário é mais viável que trazer para o Calafate”, afirmou o morador do bairro Nova Suíça, na região Oeste da capital, Ricardo Campos, que é também um dos coordenadores do movimento contrário ao projeto que tramita na Câmara de Belo Horizonte.
Camargos
O analista de sistemas, Alberto Wagner, que é morador do bairro Prado, região Oeste, acredita que a melhor solução é a construção da rodoviária no bairro Camargos, na confluência da Via Expressa com o Anel Rodoviário. “Existem outras soluções melhores também, como no bairro São Paulo onde há um terreno bom, que está vazio há quase um ano”, disse o analista de sistemas. (MS)
Publicado em: 21/01/2008

Fonte: Jornal O Tempo

Vereador de BH sofre segunda condenação por fraude eleitoral


Valdivino Pereira recebe nova condenação, três meses depois de ser sentenciado a cinco anos por apresentar diploma falso para concorrer a vaga na Câmara de Belo Horizonte


Em menos de três meses, o vereador de Belo Horizonte Valdivino Pereira (PSDC) foi condenado duas vezes a penas de detenção pela Justiça Eleitoral. Na semana, passada ele foi condenado a seis meses de detenção, pena transformada pela juíza Denise Pinho da Costa Val em prestação de serviços à comunidade e pagamento de multa, no valor de R$ 2.850. O motivo foi o descumprimento de uma determinação da Justiça Eleitoral para a retirada de propaganda irregular no Centro de BH, durante as eleições de 2006, quando o vereador tentou uma vaga na Assembléia legislativa pelo PTC.

Ano passado, em 8 de dezembro, ele foi condenado pelo juiz Marcílio Eustáquio dos Santos a cinco anos de prisão em regime semi-aberto e pagamento de multa no valor de R$ 3,4 mil. O motivo foi a apresentação de um diploma falso de conclusão do segundo grau nas eleições de 2004, quando se elegeu vereador. A denúncia na época foi feita pelo Ministério Público Eleitoral e investigada pela Polícia Federal. O vereador foi procurado pela reportagem em seu gabinete e também no celular, mas não foi localizado para comentar as condenações. Um dos seus advogados, Felipe Martins Pinto, disse que o vereador discorda das duas condenações e vai recorrer para reverter as decisões.

Segundo ele, a propaganda considerada irregular pela Justiça foi retirada dentro do prazo estabelecido. “Ele retirou as placas assim que foi notificado pela Justiça Eleitoral. Há inclusive testemunhas disso. Desconhecemos a razão dessa condenação e vamos recorrer”, garante o advogado. Valdivino tem cinco dias para apresentar recurso, a partir da data da notificação da decisão, o que ainda não ocorreu.

No outro processo já houve recurso. O advogado admite que o diploma apresentado é falso, mas garante que o vereador não sabia que ele fazia parte de seu processo de cadastramento para disputar uma eleição, pré-requisito para todos os candidatos. Segundo ele, quem reuniu os documentos não foi o vereador. O nome do responsável pela apresentação desse documento não foi revelado. O advogado afirma que Valdivino cursou até a oitava série (ensino fundamental) em São Sebastião do Maranhão, no Vale do Rio Doce.

De acordo com a Justiça Eleitoral, os candidatos não precisam apresentar comprovante de escolaridade para registrar suas candidaturas. Para concorrer, basta que sejam alfabetizados, não sendo necessário ter o segundo grau completo. Esta não foi a primeira vez que o vereador teve problemas com a Justiça Eleitoral. Em 1º de outubro de 2006, data do primeiro turno das eleições, o vereador foi detido na escola Municipal Adauto Luz Cardoso, no bairro Céu Azul, região Norte de Belo Horizonte, fazendo boca-de-urna.