segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Crescimento Urbano Piora Vida nas Américas

Relatório da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), a ser lançado hoje em Washington, alerta que o maior risco à saúde no continente é o crescimento desordenado das cidades. Os números incluem um aumento do risco de morte por hipertensão (38%), por problemas relacionados a diabetes (30,5%) e, no caso dos homens, por homicídio (8,8%). Tradicionalmente, o fato de uma pessoa morar na cidade era considerado um fator favorável à saúde. Mas, nas Américas, a forma de crescimento urbano tem tido efeito oposto.

De forma geral, as áreas verdes são reduzidas em todas as cidades, diminuindo espaços de lazer para atividades físicas. O aumento da temperatura média nas áreas urbanas (chamadas ilhas de calor) também favorece a proliferação de mosquitos transmissores de doenças. A população pobre é a que mais sofre, aponta o relatório: vive em lugares vulneráveis a desastres naturais, tem acesso limitado a serviços de saneamento básico e fica exposta à violência. Pelo menos 100 milhões de pessoas no continente não têm acesso a serviços de saúde.

O Brasil é um exemplo típico. O País, que segundo o relatório enfrenta um processo de "metropolização da pobreza", há tempos luta para controlar problemas como malária, hanseníase, tuberculose e dengue - esta, com 3,5 milhões de casos registrados entre 2001 e 2006. O secretário-adjunto de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Fabiano Pimenta, não tem dúvida de que a mudança do perfil populacional exige também uma adaptação na abordagem para prevenção e tratamento das doenças. A malária e dengue, afirma, são casos exemplares. Depois de três anos de aumento significativo de casos, a malária, endêmica no País, começa novamente a dar sinais de queda. "O grande desafio é manter esse número", disse.

O relatório será lançado na 27.ª Conferência Sanitária Pan-Americana. Durante o encontro, nos Estados Unidos, representantes de países integrantes da Opas devem discutir medidas para enfrentar os principais problemas de saúde na região. Entre elas, a estratégia para atuar na etapa final da eliminação da rubéola e fórmulas para reduzir a malária em 50% até 2010 e 75%, até 2015. As informações são do jornal.

FONTE: O Estado de S. Paulo


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COMENTÁRIO DO JOÃO PAULO

Não precisa ser muito observador ou inteligente para perceber a péssima qualidade de vida que o crescimento urbano impõe a população das grandes cidades.

Vejamos o caso de nossa querida Belo Horizonte. Qual foi a última vez que você conseguiu ir ao centro da cidade sem se deparar com congestionamento? Qual foi a última vez que você conseguiu cruzar a Avenida do Contorno, às 18:00 horas, em apenas 10 minutos? Qual foi a última vez que no período das chuvas você não soube de tragédias a respeito de desabamentos de casas? Quanto tempo você demora para sair de dentro do seu bairro e chegar até uma via principal? Quantas praças públicas você conhece em BH?

Pois é, se você me responder duas dessas perguntas, por favor, deixe um post para deixar relatado a todos.

Acho que Belo Horizonte deveria ter uma postura muito séria com relação a criação de novos bairros, com relação ao desenvolvimento urbano. Quanto de dinheiro público já não foi gasto reformando e re-reformando entradas e saídas de bairros? O último exemplo que vi foi a entrada e saída do bairro Buritis. Agora me diga, será que quando começaram a desenvolver o bairro ninguém chegou e pensou: "- Gente, vamos fazer uma via de entrada e outra de saída distintas, com vias largas para o tráfego?". Pois é, foi necessário o investimento de alguns poucos mil reais ou milhões (confesso não saber a quantia exata, mas barato é que não foi) para reformar toda a via de acesso do bairro. Dinheiro que poderia ser gasto com a criação de uma praça pública no bairro para exercícios físicos, serviços para a comunidade e lazer, ou segurança, ou qualquer outra coisa.

O pior de tudo que quem sofre mais não somos nós que estamos em casa, eu e você, na frente do computador, em segurança, mas sim, aqueles que moram nas vilas que cercam os nossos bairros, que estão nas áreas de risco.
Mas é assim que as coisas funcionam. Será que assim funcionará sempre?

João Paulo Rodrigues Pereira